Porque é Natal
Uma das melhores vozes de todos os tempos...acompanhando a descida do Natal sobre o Mundo....e que seja Lindo...
Queria que fosse lindo... !!!!
Um acordar
.Agora, aparecendo desfocadas a desenharem-se no desdobrar da folha enxovalhada.....
LÁ DE ONDE VENHO...
O sentimento faz-me calar
Queria apenas renascer, recuperar o sossego, lutar contra a lágrima afundada na voz
Queria cumprir um sonho antigo,.... ir para longe de todos os lugares
Anichar-me na terra amornada de sol.
“A viagem mais comprida é aquela que se faz para o interior de si mesmo.” (Hammarskjöld)
Ao sabor do tempo.....
Verdades, (as minhas) confrontando a mentira da vida??
Esta estranha forma de viver...
Quase um gesto de despedida...
...e de novo o cansaço...
ficou laxo, frouxo demais
na palavra de quem não quer expressar-se mas exige estímulo para continuar vivo,
Um pouco de mim....
Abraço a luz aveludada da lua
pedindo licença para dormir, descansar horas a fio sem sonhar.
A noite é de lua pálida
O desespero o limite.
Ou a loucura de deixar entrar a noite,
Ou a resistência de a fechar ao sonho.
Lembranças
Era tarde na noite.....
Deixei-me sonhar ... sob o olhar das estrelas.
Uma refugiou-se por detrás da noite cantando-me um esboço de um sonho inacabado ...
Procurando......
...Nasceu cinzento o dia...
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela."
Alberto Caeiro
Um dia de Verão
Horizonte da "minha serra"
...o cansaço...
O que há em mim é sobretudo cansaço
O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...
(Álvaro de Campos)