À VOLTA DE UM COPO







À   VOLTA DE UM COPO





Um pacto brilhante ,
rasgado, quase louco...
os sentidos apurados
os excessos ...
Descidos á cidade
com um copo de permeio
a separar-lhes o hálito,
e o olhar,
que de mãos dadas
sorri por um tudo nada.
O rosto reconhecia
no copo ali,
no cigarro acolá
um passado sem história ,
tão distante.
Uns passos de dança inventados
no copo que os dedos trémulos sustentam,
a dança insinuante de um pedido
pendente no travo de um gole.
O rigor do tempo...
e da a postura dos ombros ,
os sonhos partilhados , os segredos, os amores...
...à volta de um copo....
Um copo poisado  na mesa
entre dois corpos...a planar
na viagem do reencontro,
entre  passado e futuro,
sem presente....



De mim.... neste silencio cúmplice que me cativa...





CULPA!



CULPA


Culpas tenho muitas...! 
Desculpas peço muito...!
E não me pesa a culpa que transporto
se desculpa peço da culpa que tenho
Mas olho a vida de frente ,
olho para trás e aprendo,
olho para a frente e sonho
e assumo o que sou....  
sem mais mais, nem menos... 





(  de mim....!   )

Memórias de um dia cinzento....














 

A cidade que fiz minha sem querer ,
não querendo,
tem o nome molhado de saudades de uma outra cidade,
perdida algures para lá da memória e sem idade.
Quisesse eu ver-te e esboçaria mil sorrisos.
Um sentimento sem igual
às margens de uma ilusão que sei ser minha.
Não sei sonde estou....
Um amanhecer cinzento,
quase outonal este nascer do dia despido de brilhos....
recheado de contratempos pregados ao sentir....
Há dias assim...carregados de brumas, ...
algumas frias.....
Ausentados de nós
reflectindo na existência que nos cerca
enrolados vamos nos dias quase sem história..
Não há brumas entre nós....
há um lapso de tempo...
um tempo de silencios introspectivos
para encontar  a voz do pensamento,
a veia e o pulsar do sentir...

De mim....