Haviam gaivotas em terra
e o mar revolto cor de lama
quebrava-se embrutecido contra as pedras
beijando-me os pés lívidos da alma.
Chovia no vento,
chovia na areia da mente
e por entre gotas de um pensar ausente
despi-me das vestes molhadas de penas.
Mão e corpo nus
agarrei o indeciso bater de asas
da gaivota desesperada em terra
voamos ambas , eu e ela
bebendo o infinito mar e céu azul
lá, onde o nada é longe
e só o sol brilha.
Olho-te de longe
Porque calei em mim todas as palavras
no meu peito enraivecido de silêncios.
Porque era lindo o meu esperar
dum balbuciar simples dos teu lábios
dum sentimento por ti já tão esquecido.
E no teu estar aberto ao mundo
de costas voltadas para a minha angústia sofrida,
davas as mãos ao teus amores vividos
e eu via-te de longe esmorecida.
Pudera eu apagar da memória
este estar desolado do meu chorar de alma,
este querer-te não querendo desejando-te
quando o teu olhar sobre todos os olhares
ia esquecendo a cor triste, chorada dos meus olhos.
no meu peito enraivecido de silêncios.
Porque era lindo o meu esperar
dum balbuciar simples dos teu lábios
dum sentimento por ti já tão esquecido.
E no teu estar aberto ao mundo
de costas voltadas para a minha angústia sofrida,
davas as mãos ao teus amores vividos
e eu via-te de longe esmorecida.
Pudera eu apagar da memória
este estar desolado do meu chorar de alma,
este querer-te não querendo desejando-te
quando o teu olhar sobre todos os olhares
ia esquecendo a cor triste, chorada dos meus olhos.
Esperei-te
esperei-te em cada esquina florida.
Nas sombras , o vazio ambulante.
Passos que ecoavam tão longe,
o rachar da lenha tão distante
e o silencio a marcar as horas
a compasso do estiar do tempo.
Como te esperei, amor...
e nos teus olhos rasgados , um deserto
onde me calaste o olhar e o canto.
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