Rochedo





Jovial , como um dia acabado de nascer..
Algures uma melodia matinal,
acordes de um cântico interior
caminhando leve, transportado pelos ares 
numa cadência languida de um sorriso gasto.....

Quando a encosta da alma se escarpa
e a vegetação do sentir escaseia.
o rochedo ergue-se nu...
quão vulnerável às intemperies do tempo
quão fràgil ao rendilhado das lagrimas...

Solitário é  o caminho....
A curiosidade debate-se  ferozmente 
no cansaço assumido ao olhar numa imensa lassidão
com a didignidade e solenidade de um poema
que se escuta por entre as fibras da suadade.

O dia fragmentado de incerteazas...
abreviado artificialmente nas gotas de orvalho 
deslizando por entre os dedos crispados de dor
manten-se  erecto , nu  como se continuasse
eternamente a contemplar a solidão...


(de mim)

em silencio...




Breve o Instante de um momento



 Foto: Breve o instante...
o momento do poema!
Este,  que contido no peito
 se solta em versos quebrados .
Um só momento....
O instante breve  da leitura
das mãos que escrevem...com emoção,  
 a ternura de um sentimento sem sentido....

Apago as cores do ar.
 É a cor do vento que me traz
 novas deste gostar  ainda menino....
Tão confuso,... tão estranho...
que me interrogo se sonho,
ou  se  é  ilusão o meu gostar....
 E porque os há de muitas formas,
 e tantas cores ....
 para lhe sentir a forma,
apago as cores da minha forma de amar...


( de mim)




Breve o instante...
o momento do poema!
Este, que contido no peito
se solta em versos quebrados .
Um só momento....
O instante breve da leitura
das mãos que escrevem...com emoção,
a ternura de um sentimento sem sentido....

Apago as cores do ar.
É a cor do vento que me traz
novas deste gostar ainda menino....
Tão confuso,... tão estranho...
que me interrogo se sonho,
ou se é ilusão o meu gostar....
E porque os há de muitas formas,
e tantas cores ....
para lhe sentir a forma,
apago as cores da minha forma de amar...


( de mim)

Quase me apeteceu escrever










Quase me apeteceu escrever....

Compreendi então...
quão cerrado o mundo esquecido de mim
quão tamanhas as margens do meu rio
quão pequenos , carregados e frios
os dias desfeitos num soluço fundo

Compreendi então...
quão limpido e louco o relógio da memõria
que a compasso do vento da alma
marca os segundos da viagem
num sussuro de saudade.

Compreendi então...
o mistério do movimento perpétuo do sentir
que em forma de manha de nevoeiro
se dissipa da palma da razão 
no desejo encerrado de uma  mão de amor.



(de mim num anoitecer de verão)