Saudades do frio




  Saudades das noites de frio 
 das noites geladas frente a frente, 
daquelas em que sentada à lareira de copo na mão
tagarelava escrevendo sorrisos , beijando letras
e mão na mão contávamos o passar dos segundos
escrevendo poemas de luz à desgarrada...
E eu, deixava-me levar enlaçada no teu abraço
sorrindo ás estrelas que rompiam por entre temporais
não sei se de chuva  ou  só  de vento...
ou se eram lágrimas do meu chorar.
E agora, que  o tempo aqueceu
e as estrelas são o nosso tecto comum,
haverá  noites ainda em que olharemos ambos
o mesmo céu a mesma lua de sorrisos
e saibamos cantar ainda o que os dias nos levaram?

Nada se perdeu!
Tudo esta presente em mim
gravado em sentimentos nascidos no frio
amadurecidos no tempo de agora
uma espera , sem retorno de um gesto que seja
que me ilumine o sorriso.