Degraus do tempo
Saí da obscuridade...
...não do sono,
algo mais vasto e reconfortante,
o negro da inconsciência deliberada....
...talvez a noite que antecede o despertar.
Lá fora chove ,
lençoís de água escorrem de um céu safira
a mergulhar na quietude de um amanhecer.
Árvores tocadas pela prismática luz,
esqueletos dançantes aos pares...
braços erguidos ao céu.
Brota de um punhado de sementes
o brilho suave da dúvida dorida,
lamentações e queixas de uma discução fútil
perdida ente peónias caleidoscópicas,
túlipas negras e caules cor de malva,
descendo os degraus humedecidos
das palavras não acreditadas.....
Sempre quase um silêncio,
parcimónia minha , próxima da avareza
quase timidez....
Uma miscelânea de sons insolentes...
A voz da minha voz calada.
.....