Degraus do tempo
Saí da obscuridade...
...não do sono,
algo mais vasto e reconfortante,
o negro da inconsciência deliberada....
...talvez a noite que antecede o despertar.
Lá fora chove ,
lençoís de água escorrem de um céu safira
a mergulhar na quietude de um amanhecer.
Árvores tocadas pela prismática luz,
esqueletos dançantes aos pares...
braços erguidos ao céu.
Brota de um punhado de sementes
o brilho suave da dúvida dorida,
lamentações e queixas de uma discução fútil
perdida ente peónias caleidoscópicas,
túlipas negras e caules cor de malva,
descendo os degraus humedecidos
das palavras não acreditadas.....
Sempre quase um silêncio,
parcimónia minha , próxima da avareza
quase timidez....
Uma miscelânea de sons insolentes...
A voz da minha voz calada.
.....
um poema de sentir(es)...
ResponderExcluirDa consciência do estádio de obscuridade vivida (que todos nós vivemos...) para a consciência de assumir o sono, na "quase" certeza de que ele pode constituir a assunção para uma nova realidade; terminando na humildade poética do silêncio e da timidez como que tatuados à pele.
Sentir(es) sintetizado(s) no lindo verso:
"A voz da minha voz calada".
Permite-me dizer: - mas que muito diz...
Assim li teu poema, dele saindo fascinado...
Um beijo, Helena Maria
Parabéns!!!
António Manuel