Com Olhos Verdes






Onde o sol nasce quando aqui se deita,
caminho com a infinita bebedeira
na linha do horizonte deitada,
na vertical do verbo que a levanta.
Beijo a terra que os homens sangram
com ar de sonhadora de moinhos .

Há dias de vento e estrelas frias,
límpidos, onde o olhar são pontes
instáveis , movediças , levantadas,
fechadas, ou abertas a um infinito
onde não há memória
na memória dos meus olhos tristes..

Há dias de silencio branco e papel
onde a ausência do gesto e da escrita
são a distancia de mim, em mim perdida.
Encontro na pegada dos passos percorridos
A sombra do sorriso que deixei ficar
a iluminar o rosto que desenhei a tinta

E há o verde nas montanhas
E as madrugadas de sol poente.
E há uma gota de água sobre o papel,
a perspicácia dos sentidos que prolonga
a melodia que sustento, a lucidez clara,
de querer olhar com olhos verdes,
a brecha escura, que o tempo adivinha.



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