Loucura....



Pássaros da alma trazem na boca
pedaços de sol  fazendo  raiar o dia ...
Ilumina-se a terra , o céu , o infinito
e os olhos que cruzam os caminhos...

São esse olhos guardados na alma
que falam e respiram  silêncios cruzados,
nas bocas caladas, nos temores escondidos,
na angustia contida, nos sorrisos esforçados...

Ah!...Esse sorriso,...esse sorriso
de quem passa ao longe desentendido
desatento, quase fingido.....

Solto os cabelos ao rio das lágrimas
transformado num imenso  mar de saudade.
E a luz trazida pelos pássaros não a apaga
e a noite sem lua, num manto escuro a eterniza....

.....

2 comentários:

  1. O poeta se interroga e quase se angustia(?) perante duas realidades: Dos pássaros da alma, do rio das lágrimas.
    E fez-me lembrar Casimiro de Brito:

    Donde vens? perguntou-me Zeno. De muito longe, respondi. Se vens de longe é porque não te encontraste ainda, disse. Devo então continuar a preocupar-me? Até quando? perguntei. Até ao dia - respondeu Zeno - em que o teu pé for inseparável do chão em que julgas caminhar.

    - Casimiro de Brito; Arte da Respiração.

    Se bem entendi esta "loucura"...
    Beijinho
    António Manuel

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    1. As interrogações trazem sempre alguma angústia....
      Também venho de longe,...de muito longe, e perdi-me no caminho.
      Gostei da esperança que o dialogo de Casimiro de Brito me trouxe:_- a esperança de um dia os meus pés serão inseparáveis do caminho que trilho....

      Obrigada António Manuel pela tua passagem, e pelos teus dizeres

      Helena Maria

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