SILÊNCIO...







 


Silêncio



Encerrando o ruído,um cortinado de brumas 
esvoaçando nas intermitências da brisa
a despertar conversas surdas na folhagem..

O murmurar do rio cavalgando os seixos..
O desafio do mar enrolando-se na estival madrugada...
Gotas de chuva caindo incertas na calçada...
O roçar do vento na terra solta...
O fogo imaginário crepitando feiticeiro
Estrelas inspirando o voo da lua...
A reconstrução da beleza no reenconrtar do mundo....

Ah! O silêncio!...
O silêncio que tudo faz rasgando as páginas do tempo
como abalo sísmico da alma.

Escutando o si lêncio...
Escuto-me!
E eu especialista de ausências e de silêncios...
escuto a tua sombra!

.....



IDENTIDADE ...



Quantas vezes... brigando com o tempo nos encontramos...



IDENTIDADE

Briguei com o tempo,
escondendo mazelas
dentro da minha composta aparência...
Sou tão mais parecida
com quem se apresenta ser distante...
e revelo-me mais humana
aquando me visto de silêncios.

Partilho este segredo
surpreendida em flagrante delito
de ser eu mesma:
Não sou pessoa única,
antes uma multiplicidade
não sei se de almas ,
se de rostos facetados...
uma identidade única
na diversidade interior que me pertence.

Não me matem o espaço
entre a máscara e o rosto
onde a voz é eco
e a palavra esquecida!



(de mim)

Resta-me....






Resta.me o perfume de um nome,
e um não sei quê de um olhar
que me resplandece a mente.

Resta-me a memória de uma caricia,
um madrugar singelo de pele contra pele
que a noite escorrida no tempo amornou.

Resta-me  a saudade  de uma mão,
um toque quase nostálgico de presença
que me avive as horas translucidas do dia.

Resta-me um quase nada do tudo....
Resta.me teimosamente escrever
palavras que lutam e não sejam silêncio.

....





O que ficou....













Despes-me  com o olhar
a veste que o tempo
me gravou os anos..

Descalça de desejo,
inibida de vontades,
estremecida de medos,
escondi-me,
sufoquei ,
ri, chorei, perdi-me
e perdi !