....A porta só encostada...






....A porta só encostada..

Espreito na distancia que nos separa
a imaginação fértil do  teu pensar
Vivencio olhares, carinhos trocados,
relembro palavras , misturo sorrisos
furto silêncios , os nossos,
 roubo memórias,
 palmilho estradas que a noite alumiou
sentada a teu lado,
 te olhos nos olhos dizendo verdades,
as minhas ,as tuas
 as que o tempo eterniza...
São nossas!
Seremos sempre assim....
apaixonados eternos
do poema que somos


 .....

ENCONTREI -TE...








Encontrei-te ...

numa qualquer esquina que o tempo parou.

Vi o teu lento caminhar

sobre o asfalto quente da cidade trazendo nas

mãos o calor que me enleou a cintura

como o laço de cor vermelha que selava

a carta que ficara por escrever

Depositei no teu olhar

os olhos da ínquietude dos olhos meus,

demos as mão no tempo que jurámos ser para sempre

e sentados no mesmo banco da tarde

onde desfiz o laço da carta, escrevemos com timidez

as letras de cor vermelha com a cor das palavras.

Depois,

deixaste o lento caminhar que as palavras

acabaram por calar, e no final de um dia

que o tempo dobrou , o vento levou o quente

do asfalto que os meus olhos molharam

deixando o frio que me levou pela cintura.

QUIS DIZER-TE....





QUIS DIZER-TE....

Quis dizer-te
mais do que sabia,
um pouco mais do que sentia.
Talvez o que nunca disse,
ou só apenas o que já sabias.
Fui buscar palavras simples,
transparências adivinhadas,
as mais puras que encontrei.
E com o sereno anseio
de um silêncio amável
com o sonhar dos meus versos,
dei-tas ao crepúsculo do tempo
como água pura aos teus lábios .
E tu ,
de sabedoria estranha,
olhaste-me com olhos cegos
tão mortais de riso e ironia
tão mudos em cúmplice abandono
que regresso envergonhada
de ter querido dizer
o que nem sequer escutaste.


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UMA DESPEDIDA .



UMA DESPEDIDA

Frente a frente, num perscrutar de olhares,
e na troca de sorrisos que a distância afasta,
fecham-se na boca as palavras cerradas                                  
Como quem cala o que sente, e não diz.

Desfraldam-se ao vento os sentimentos
trémulos, a transbordar nas lágrimas contidas,
atropelando o sorriso, que as gargalhadas
cruzadas, inaudíveis tornam, as palavras.

E como quem pressente o chegar da saudade,
entrelaça as mãos nas mãos que se estendem,
e prende entre garras o tempo que se escoa.

E naquele instante único, já sem tempo,
diluem-se os olhares, fundem-se os sorrisos,
e surge o último gesto inteiro ,o abraço de quem parte.



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